*** 25.052025 - A Vida (Ismar Maciel)
Frágeis à doença, ao acidente,
Mortais, com poucas garantias
De que a vida, em seus descendentes,
Prolongue-se em novas primazias.
Nada se finda, tudo se transforma,
Em infinitas formas, em milhões;
No tempo-espaço, em nova norma,
Ou nas ignotas dimensões.
Qual dessas, pois, por mais tempo,
Irradia?
Brigamos por política, futebol,
Por posições no vasto mapa social,
Convertemo-nos em treva e sol,
Em face do Bem, em face do Mal.
Pior: não sabemos discernir
Verdade e engodo se misturam
Em discussões que visam ferir,
Em narrativas que perduram.
Todos buscam seu melhor quinhão,
Para seu corpo ou seu bem-estar:
Uns querem que o de mais bens, irmão,
Divida com quem nada tem para dar.
Outros sonham em viver de impostos,
Não gerenciam nem um boteco,
Mas trazem papos bem-postos,
E o discurso, no ar, faz eco.
A guerra então prossegue, sem parar,
Cada um por si, buscando o melhor,
À custa do Estado, ou de outro lar,
Na partilha do bolo, sem temor.
Do trabalho, o ganho – seu valor...
Qual esforço vale mais no dia a dia?
Não há consenso... Como existiria?
O único, talvez, seja a certeza:
A guerra existiu e existirá,
Entre a riqueza e a pobreza,
Em raças, cores, até no respirar.
Assim a vida segue, e seguirá!
Há promessas de um reino eterno,
De energias puras, imortais,
Sem as dores deste nosso inferno,
Mas com virtudes espirituais!
Na Terra, a guerra é grande entre reinos:
Minerais, vegetais, animais...
Somos pequenos nestes terrenos:
Não sabemos escolher nossos ideais,
Daí, tanta guerra em reações banais!
Ingênuos, ignorantes ou maldosos,
Vivemos aqui, com carnes e ossos,
Até crescer para outra dimensão
De paz, pureza e maior perfeição!
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