sexta-feira, 25 de julho de 2025

A vida

 *** 25.052025 - A Vida (Ismar Maciel) 


Frágeis à doença, ao acidente,

Mortais, com poucas garantias

De que a vida, em seus descendentes,

Prolongue-se em novas primazias.

Nada se finda, tudo se transforma,

Em infinitas formas, em milhões;

No tempo-espaço, em nova norma,

Ou nas ignotas dimensões.

Qual dessas, pois, por mais tempo,

Irradia?

Brigamos por política, futebol,

Por posições no vasto mapa social,

Convertemo-nos em treva e sol,

Em face do Bem, em face do Mal.

Pior: não sabemos discernir

Verdade e engodo se misturam

Em discussões que visam ferir,

Em narrativas que perduram.

Todos buscam seu melhor quinhão,

Para seu corpo ou seu bem-estar:

Uns querem que o de mais bens, irmão,

Divida com quem nada tem para dar.

Outros sonham em viver de impostos,

Não gerenciam nem um boteco,

Mas trazem papos bem-postos,

E o discurso, no ar, faz eco.

A guerra então prossegue, sem parar,

Cada um por si, buscando o melhor,

À custa do Estado, ou de outro lar,

Na partilha do bolo, sem temor.

Do trabalho, o ganho – seu valor...

Qual esforço vale mais no dia a dia?

Não há consenso... Como existiria?

O único, talvez, seja a certeza:

A guerra existiu e existirá,

Entre a riqueza e a pobreza,

Em raças, cores, até no respirar.

Assim a vida segue, e seguirá!

Há promessas de um reino eterno,

De energias puras, imortais,

Sem as dores deste nosso inferno,

Mas com virtudes espirituais!

Na Terra, a guerra é grande entre reinos:

Minerais, vegetais, animais...

Somos pequenos nestes terrenos:

Não sabemos escolher nossos ideais,

Daí, tanta guerra em reações banais!

Ingênuos, ignorantes ou maldosos,

Vivemos aqui, com carnes e ossos,

Até crescer para outra dimensão

De paz, pureza e maior perfeição!


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